segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Onde Nárnia começou

Oi, todo mundo!

Sumi mas voltei, e com viagem pra relatar! Êeee!!! Semana passada tive o prazer de conhecer mais duas cidades dos domínios de vovó Beth: Oxford e Cambridge. Eu não ia me perdoar se não as visitasse pelo menos uma vez! Então há umas duas semanas parei de planejar e comprei as passagens sem pensar de novo. Fui pra Oxford na quarta passada, dia 20, e Cambridge na sexta.

A viagem já começou com um certo atraso, já que tinha acontecido um acidente na estrada. Como fiz meu voto de usar o celular o mínimo possível - e ainda assim, só no modo avião -, nem sei que horas o ônibus saiu. Fui a primeira a entrar. Subi até o andar de cima e sentei no primeiro assento da esquerda, com a janela frontal toda pra mim, e bastante espaço para as pernas (essas minhas longas pernas de quem tem 1,54m de altura).

Quando o assento já estava ficando quentinho, sobem três russos tamanho GG que também querem aproveitar a vista. Dois sentaram na dupla de poltronas do lado direito. Simpático, o terceiro perguntou se podia sentar do meu lado. Falei um "sim" bem meia-boca, porque o que eu queria mesmo era dormir. Resolvi que ficaria ali mesmo, já que, no meu estado de cansaço, nenhuma conversa alheia me atrapalharia. Bom, a decisão durou só alguns segundos, porque o cheiro que meu colega exalava quase fez minha narinas necrosarem. Então, antes que o meu nariz caísse do rosto, resolvi trocar de assento. Fui algumas fileiras mais para trás e morri com farofa durante a viagem toda, que durou cerca de 1h45.

Assim que saí de casa, eu já senti que estava mal agasalhada, mas não dava tempo de voltar. Tinha visto a previsão do tempo no dia anterior, e é claro que ia estar frio, nublado e chovendo. Quando desci do ônibus e senti a primeira rajada de vento, desejei implorar pro motorista me deixar voltar. Que. Frio. Imoral. E estava chuviscando, obviamente. Logo na saída do terminal, tinha uma feirinha de rua. Fiquei com vontade de comprar todos os cachecóis, gorros, casacos e qualquer coisa que me fizesse parar de tremer. Mas me limitei a comprar um par de luvas, porque elas só custavam uma libra e minha conta bancária não tem estado muito bonita ultimamente.


Eu já falei aqui que geralmente viajo sem roteiro, né? Dessa vez resolvi fazer o contrário, e de uma forma bem rústica. Achei um site que sugere uma rota a pé para quem quer visitar Oxford em um dia. Olhei o mapa e fui descrevendo o roteiro pra mim mesma. Eram cerca de 24 pontos, e eu adianto logo que consegui ver todos com mesu papeizinhos amassados. Eles caíram do meu bolso e tomaram chuva por uns minutinhos enquanto eu me desesperava procurando pela calçada, mas logo depois o destino nos uniu de novo! Ufa!



Como estava chovendo muito chatamente e uma das primeiras paradas sugeridas era um museu, o Ashmolean Museum, resolvi dar uma chance. Tenho um problema com nomes, então não estava muito afim de entrar porque achei esse horroroso (e isso é sério. Tem uma loja na minha cidade na qual eu simplesmente não piso por achar o nome horrível. Vai entender...). Mas a chuva fez o favor de me convencer - e o fato de que ele era de graça também. E nossa! Que boa decisão! A coleção de objetos de milhares de anos e vários lugares do mundo é simplesmente incrível. Teve uma hora que parei de tirar fotos, porque senão eu ia passar o dia ali!



Enquanto ia de um corredor pra outro, olhei por uma parede de vidro e vi o céu azul! Antes de pensar se era bom demais pra ser verdade, corri pra saída mais próxima e me deparei com ele... a presença ilustre... o Sol! Não, não pense que o dia esquentou por causa disso. Eu continuei tremendo da cabeça aos pés a cada passo que dava, mas ver o tempo aberto me deixou bem mais animada!

A University of Oxford se estende pela cidade com seus 39 colleges (tipo 'faculdades' da universidade em si), que são absolutamente lindos! Ah, e o principal meio de transporte lá é a bicicleta. Amo cidades que pedalam! Um pensamento não me abandonava enquanto eu andava pelas ruas de Oxford. Todas as vezes que eu passava por alguém da minha idade, eu falava mentalmente "essa pessoa é mais inteligente do que eu". E a probabilidade que seja é enorme mesmo. Estudar em Oxford não é pra qualquer Ana Luiza. Me contentei em admirar os brotos lindos, dotados de cérebros maravilhosos, e pensar em como o mundo é injusto por não distribuir tais criaturas mais uniformemente. A beleza humana eu não fotografei, mas a das construções está aí pra vocês ;)







Nem todos os colleges são aberto para visitação. E ainda assim, em alguns deles a entrada é paga. No Queen's, que é um dos mais bonitos e famosos, tava acontecendo um recital de órgão na capela! Fingi que me interesso pelo instrumento, mas na verdade eu só queria um lugar quentinho pra ficar. A idade média da plateia era com certeza dos 60 pra cima. Me senti, digamos... madura.



Enquanto andava pela cidade, fiquei me perguntando por que eu não tive a brilhante ideia de ir lá antes! A passagem custa (pasmem!) 90 centavos de libra cada trecho! Isso é menos que um cheeseburger no Mc Donald's (minhas medidas são sempre custos de viagem ou comida). Mas quando cheguei na área mais verde de Oxford, por onde passa o rio Cherwell, entendi que fiz uma escolha excelente. Não sei como aquele lugar é nas outras estações, mas no outono eu ficava entre a alegria e depressão pelo romantismo das cores! Lindo demais!





Como sempre, quando viajo sozinha, tem aquele problema das fotos. A única que eu pedi pra tirarem de mim saiu horrorosa. Fazer o que? Pelo menos foi em frente à Christ Church, que é um dos maiores colleges e também onde foi filmado Harry Potter coisa que eu só descobri agora porque não gosto da série e nunca saberia se não tivesse digitado Christ Church no google.


Fui num mercado fofíssimo, o Covered Market, estabelecido no século 18! Adoro essas coisas velhinhas :D heheh...


Meu maior erro dessa viagem foi não ter me dado conta de como seria rápido conhecer Oxford. Antes das 17h, eu já tinha visto tudo que era possível e imaginável, mas meu ônibus de volta só sairia às 21h. Andei pra lá e pra cá um catupilhão de vezes, até ter a brilhante ideia de entrar numa Waterstones (uma franquia de livrarias gigantes que tem por aqui) e ir comer alguma coisa e ler um pouquinho lá dentro. Em toda a minha britanicidade, pedi um chá com scones e fiquei fazendo hora lá.


Demorei um milênio pra dar o último gole de chá, só pra deixar aquela impressão de ~estou aqui porque ainda estou consumindo, ok?~. Mas quando ele estava insuportavelmente gelado, mandei bala e resolvi sair de lá. Depois de ter ido na estação pra perguntar se eu poderia embarcar num ônibus antes do horário (e me dizerem que não...), resolvi que o melhor a fazer era ir no cinema que ficava logo ao lado do terminal rodoviário. Entrei destinada a assistir qualquer filme que fosse começar aquela hora (umas 18h30). Vi que um tal de The Counselor tinha começado às 18h, mas como os trailers aqui demoram meia hora (absurdo!!!), ainda daria tempo.

Olhei pro cartaz rapidamente e vi que a classificação era 18 anos. Pensei: "ok, ou tem muita sacanagem ou tem muito sangue". E bom, digamos que tem os dois. Isso sem contar com um roteiro horroroso, que nem a presença de Brad Pitt salva. Sério, que filme horrível, tosco, incompreensivelmente de mal gosto. Pensei em fechar os olhos e dormir, mas com uma morte violenta (e seus efeitos sonoros) a cada 5 minutos de filme era impossível. Me limitei a rir da minha própria cara e colocar a mão no rosto sempre que eu sentia que o negócio tava ficando tenso. Pelo menos ele cumpriu seu propósito, já que quando terminou só faltava meia hora pro ônibus sair. Mas enfim, gente, se tentarem dar ingresso de graça pra vocês, não aceitem, fujam para as colinas! Aí vai o cartaz do indesejado.


Ah! Sim! E o título do post? Bem, fiquei sabendo por um amigo meu que C. S. Lewis, escritor das Crônicas de Nárnia, foi formado e trabalhou lá! E dizem que foi essa porta aqui em baixo que o inspirou para o personagem de Aslan em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupas. Ah, e o google acabou de me dizer que eu visitei Oxford exatamente dois dias antes de completar 50 anos da morte do autor. Não sei se a porta foi inspiração pra ele mesmo, mas que a história é genial, isso é! E se tem alguma semelhança de Oxford com Nárnia... bom... eu diria que o clima tava bem parecido! Brrrr


E foi isso, minha gente. Adorei conhecer Oxford, mesmo tremendo de frio só de pensar no dia que passei lá. Valeu a pena!

Amanhã volto pra falar como foi visitar Cambridge!

Beijos e até ;)

4 comentários:

  1. tava sentindo falta de ler suas histórias lindinha.
    Deus a abençoe nesses últimos dias na terra de Beth.
    bjs potiguares, brasileiros e lindinhos

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  2. Nossa esse filme é horrorosoooooooooooo! tbm só assisti ele pq era o que batia com o horario que eu podia, meu deus.. tava quase fazendo algo que nunca fiz na minha vida antes, que era sair no meio do filme.
    amei seu post, Oxford deve ser massa!

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    1. Oi, Mariana! Nossa, que pena que você também teve que passar pelo sacrifício de ver esse filme! kkkkkk... nunca mais!
      Que bom que você gostou do post. Oxford é linda mesmo, vale a pena!

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